Muito Boa Noite, amigos e companheiros, minhas senhoras e meus senhores, quero antes de mais dar umas calorosas boas vindas a todos os que nesta noite, uma noite de semana, noite chuvosa, não quiseram deixar de estar presentes neste Comício na cidade de Santarém da Candidatura de Francisco Lopes à Presidência da República Portuguesa.
Um Comício que muito mais do que cumprir agenda de campanha, mais até do que, e já não seria pouco, ouvir de viva voz pela boca do candidato Francisco Lopes as razões de ser desta candidatura, mais ainda do que reflectir sobre o que está em causa no próximo acto eleitoral que se aproxima, as eleições para a Presidência da República, este é um acto de compromisso, é um acto de coragem e um grito de afirmação cada vez mais indispensável nestes tempos frios e cinzentos em que tantos se esforçam por impingir às pessoas o desânimo, o desinteresse e a desistência, servidos em bandejas de inevitabilidades, nos canais televisivos à hora do jantar.
Uma política que tem abdicado da nossa soberania. Da soberania económica descartada a favor dos interesses dos mercados e tubarões financeiros especulativos que continuam a enriquecer na crise como abutres que depenam agora as carcaças das mortes que causaram. Da soberania política a favor de uma União Europeia cada vez mais belicista e subserviente aos interesses da NATO. Da soberania alimentar num país riquíssimo em bons solos agrícolas, como é o caso do nosso Distrito, mas que importa cerca de 74% do que consome a nível agro-alimentar enquanto assistimos ao despovoamento dos campos, empobrecimento e envelhecimento dos agricultores. Da soberania energética porque o Governo Sócrates parece querer terminar a tarefa encetada pelo Governo de Cavaco Silva, de acabar de destruir os transportes públicos em geral e o transporte ferroviário em particular, empurrando o país cada vez mais para dependência petrolífera do automóvel um dos piores responsáveis pelas emissões de gases com efeito estufa.
Esta é uma candidatura que não tem rabos de palha e que apenas está comprometida com a mudança. Esta é uma candidatura que chama os bois pelos nomes, que denuncia, não os erros, porque essas políticas de direita não erraram nem se enganaram nos objectivos que pretendiam atingir e os interesses que pretendiam servir, mas sim que denuncia os atentados feitos ao longo de décadas ao povo, aos cidadãos, ao país, mas esta candidatura não se limita a apontar o dedo. É a candidatura que simultaneamente ergue a mão apresentando um projecto de sociedade alternativo, uma saída para a crise com confiança nas potencialidades produtivas do país e na capacidade do nosso povo de andar para a frente!
Mas é também a candidatura patriótica que não se resigna, não desiste e que luta por um Portugal melhor, mais justo e fraterno. É a candidatura que, tal como o Homem que a personifica, tem estado ao lado das causas justas e do lado certo da história, não apenas as causas sociais e na defesa dos direitos dos trabalhadores, dos pensionistas, mas também que tem estado ao lado das causas ambientais: na defesa da Água como um direito, na promoção da mobilidade sustentável e dos transportes públicos, na defesa dos serviços públicos e da qualidade de vida das populações.
Enfrentamos neste momento tempos difíceis, em que as pessoas, já começaram a sentir e vão sentir ainda mais os impactos desastrosos deste Orçamento de Estado aprovado com o beneplácito de Cavaco Silva que o assinou de cruz, como coerentemente na sua linha, outra coisa não seria de esperar. Um Orçamento de Estado que vai arrastar o país ainda mais para a depressão, agravar o desemprego ao mesmo tempo que se renovam ataques aos direitos laborais e se enfraquece os sistemas de protecção em caso de desemprego.
E é tudo isto que está em causa no próximo dia 23 de Janeiro, amigos e companheiros, nas próximas eleições presidenciais e é por tudo isto que lutaremos, que nos empenharemos, colectivamente nesta campanha que aí vem, levando uma mensagem de esperança, de ruptura e de muita confiança nesta candidatura e no nosso candidato, Francisco Lopes.
Muito obrigado.
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